Com que idade meu filho pode ter um smartphone?
Vivemos em uma época de fatura em alguns aspectos. Seja em termos de alimentação, bens de consumo ou viagens ao exterior. Acredito que seja ótimo para o desenvolvimento de nossos filhos ter contato com tantas informações e experiências num curto espaço de tempo. Mas sinto que as mais novas gerações têm uma enorme dificuldade em se manter motivadas. Tudo é muito efêmero e fácil. Afinal, até que ponto o acesso a esses prazeres é recomendado?
Um deles me assusta: ver crianças com o próprio smartphone. Num raciocínio rápido, surge a possibilidade de localizá-lo e de dar a ele uma forma ágil de comunicação com seus pais, mas será que isso é realmente necessário? Trata-se de um item caro e que deixa nossos filhos abertos a situações perigosas caso ele tenha acesso a internet.
Outro aparelho, esse mais ‘caseiro’, já é rotina em suas vidas, o tablet. Minha filha mais velha já o usa desde os três anos de idade e com uma desenvoltura impressionante, como é, aliás, com todas as crianças dessa idade. O tablet, por ter uma interface intuitiva, cai como uma luva nos cérebros ágeis deles. Mas é algo hipnótico também, que os domina e os atrai por poder controlar completamente o que ver e como ver, ao contrário da TV, por exemplo.
Bom senso e meritocracia
Não sou especialista no assunto, é claro, mas tento usar o máximo de bom senso. Sou da teoria que o equilíbrio é sempre a melhor saída com qualquer coisa. Cito o exemplo do refrigerante. Minhas filhas não tomam até hoje, embora nos vejam beber uma vez ou outra. Sempre oferecemos suco, mas não negamos o refrigerante. Elas têm liberdade de tomá-lo se quiserem, no entanto, não gostam. Se transformássemos a bebida em algo especial ou, ao contrário, corriqueiro na vida delas, talvez o vissem de outra forma.
Da mesma maneira, celulares e tablets têm uso restrito em casa. Há a pastinha com os jogos delas, mas um limite de tempo para usá-los, além do que, condicionado ao bom comportamento e a cumprir alguns objetivos no dia a dia para estimular a meritocracia. Creio que nada pode ser tão fácil de obter. A vida nos provará com várias frustrações e é melhor que elas lidem com isso desde cedo para se preparar adequadamente.