Insônia, aumento de apetite, problemas de visão
Nosso organismo em tempos de prisão durante a quarentena
Pandemia hoje em dia tem sido sinônimo de prisão, sim. Aqui no Reino Unido está em pauta levar o exército às ruas para fazer com que os cidadãos sigam as regras determinadas pelo governo (isso porque estamos falando em um país de 1º Mundo), além daqueles que já adotaram este posicionamento desde o início da pandemia. Então, diga se vivemos ou não aprisionados?
Ganha de peso
Enfim, não estou defendendo ou criticando a situação pela qual estamos passando, o assunto agora nem é este. Ao colocar a palavra prisão em pauta vem à mente imediatamente uma cela sem muito espaço, luz natural, além de alguém podado do convívio social, exatamente o que vivemos agora. Uma pesquisa recente da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) mostrou que 40% dos brasileiros perderam o sono e o pior, ganharam peso. Fato também comprovado em pesquisa divulgada pelo JAMA (Journal of the American Medical Association), após dois anos acompanhando 120 mil pessoas os pesquisadores concluíram que a perda de sono, mesmo que leve, engorda.
Ganha de peso mais problemas de visão
Socorro! Pensei que comer mais e dormir de menos já fosse o suficiente para confundir meu corpo e engordar. Completamente enganada eu estava. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, explica que os quilos extras também também estão ligados a quantidade de luz que penetra em nossos olhos – é essa luz que controla todo nosso metabolismo. A claridade do dia pontua e ativa a produção de dois hormônios secretados pelas glândulas suprarrenais que nos mantêm em estado de vigília: o cortisol e a adrenalina.
O cortisol, explica, ajuda o organismo a controlar o stress, mantém o sistema imune e a glicemia em equilíbrio. Já a adrenalina regula os batimentos cardíacos, a pressão arterial e a frequência respiratória. Conforme vai escurecendo a produção desses hormônios diminui e a glândula pineal aumenta a produção da melatonina, hormônio indutor do sono.
Como se não bastasse, o médico também afirma que “a falta de sono em quem já passou dos 50 anos pode ser o primeiro sinal da catarata”. A explicação é que o turvamento do cristalino que caracteriza a doença também dificulta a entrada de luz nos olhos. Sendo assim, quem convive por muito tempo com a doença pode também desenvolver hipertensão e diabetes.
Por um lado é a falta de luz natural, do outro é a exposição exarcebada à luz do computador. Leôncio Queiroz Neto também afirma que “na frente de uma tela piscamos 20 vezes menos e fazemos um esforço visual concentrado para manter os olhos focados só para perto”. Quando já está na hora de parar começamos a sentir: visão embaçada, ardência, vermelhidão, sensação de areia nos olhos e dificuldade de focar. Desta forma o oftalmo recomenda: olhar para um ponto distante, sair por instantes da frente da tela, piscar voluntariamente, calibrar a resolução da tela com o mínimo do brilho e bom contraste e manter os olhos lubrificados.
Comida saudável, qualquer forma de exercício, menos computador e televisão e mais luz solar. Estes são também são alguns desafios que temos para nossos dias de clausura.