Televisão: aliada ou inimiga de nossos filhos?
Há pouco tempo li um artigo escrito por uma mãe que decidiu colocar seu filho numa escola com metodologia diferente da que estamos acostumados. O texto defende limitar a televisão a poucas horas durante o final de semana.
A questão é: há possibilidade de excluir completamente a televisão do dia-a-dia de nossas crianças?
Minhas filhas vão para a escola desde bebês e, para minha tranquilidade, casa, trabalho e escola, são bem próximos. Consigo chegar em casa num horário razoável para conseguir dar atenção às pequenas, dar banho, uma comidinha antes de dormir e pronto – chega a hora de irem para a cama.
Prefiro chegar em casa e brincar um pouco com elas, conversar a respeito do nosso dia e fazer com que elas brinquem sozinhas também. No entanto, em certo momento penso que ambas passaram o dia inteiro na escola; estudando, brincando, interagindo, experimentando. Em casa, além do aconchego dos pais, elas querem também relaxar, ficar estendidas no sofá, até no chão da sala por muitas vezes (como se não houvesse lugar mais confortável para ficarem!) e simplesmente descansar.
Tento, na maior parte do tempo, fazer parte deste momento com elas. É a hora da história, de inventar conversa com os bichos de pelúcia para elas ficarem só olhando. Mas também preciso cuidar da arrumação das mochilas delas para o dia seguinte, colocar roupar para lavar, preparar alguma coisa para comer, fazer xixi – por favor, né? Nessa hora, se não tenho a televisão ligada, não consigo fazer nada.
Tenho que admitir que é uma forma delas sossegarem por alguns minutos e eu conseguir fazer algum trabalho de casa. Estou tão errada assim? Acredito que não. Penso que elas precisam também estar por dentro do que acontece no mundo delas. Eu gosto de princesas, piratas, etc? Não, não gosto do conceito, muito distante da realidade que elas encontraram em suas vidas. Mas elas precisam saber disso agora? Todas as crianças da escola falam das tais princesas, de porquinhos, de super-hérois, e elas devem ficar fora dessas conversas?
Assim como gosto de assistir uma série na televisão ou um filme depois que as meninas foram dormir, sei que elas também têm o direito de ver o desenho preferido para depois “discutir” sobre ele na escola com os amigos. Mas isso não significa permitir que vejam barbaridades que a TV (geralmente aberta) mostra em horários impróprios. Definitivamente, há limite para o que se vê hoje. “Lelo lepo”, nem pensar…